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Orientação Vocacional começa na Infância

Há quem ainda pense que a escolha de uma profissão seja coisa de adolescente em época de conclusão do Ensino Médio. Triste engano! Pobre do jovem que se vê pressionado a escolher repentinamente entre tantas opções de cursos de graduação! Essa é uma opção que pode ser gestada desde pequeno, quando a criança vai descobrindo o mundo do trabalho dentro de um contexto rico de experiências de vida.

Quantas crianças não têm a mínima ideia sobre a profissão dos pais e de outros familiares e amigos! Se o interesse não parte delas, uma “ajudinha”, instigando a curiosidade, é muito salutar. Levá-la para visitar seu local de trabalho e/ou mostrar projetos seus são dicas que podem oportunizar um despertar para este aspecto da vida tão importante para todos nós.

Estar atento às manifestações de interesses e habilidades da criança e lhe oportunizar vivências de crescimento relacionadas é outra trilha a ser seguida.

Cabe aqui um relato pessoal. Meu filho caçula, quando meninote, além de gostar muito de animais, vez ou outra, dizia que gostaria de ser veterinário. Ainda quando estudava no então chamado Segundo Segmento do Ensino Fundamental, lhe oportunizei acompanhar, por alguns sábados, o trabalho de uma médica veterinária, amiga da família. No oitavo ano, participou de uma Semana de Biologia de uma Universidade, evento aberto à comunidade.

Com essas e outras vivências, foi se certificando de seu interesse e, seletivamente, descobrindo que a saúde pública, dentro da veterinária, era o que queria. Hoje, é médico veterinário atuando exatamente nessa frente de trabalho, no Centro de Controle de Zoonoses e na Vigilância Sanitária da Prefeitura de Vitória, Espírito Santo.

Há muito mais o que se dizer sobre isso; mas, somente algumas outras poucas colocações farei por aqui. Há que se proporcionar às crianças uma visão positiva do trabalho. O momento atual nos lembra disso. Feliz quem tem seu trabalho! Mais feliz ainda quem pode trabalhar no que gosta; circunstância que, certamente, desejamos para o futuro de nossos filhos. Também vale dizer que nada impede que se busque realizações paralelas que, surpreendentemente, poderão se articular no próprio trabalho, ou se busque uma mudança na própria profissão. Já se foi o tempo em que as pessoas passavam, obrigatoriamente, a vida toda trabalhando na mesma área e as crianças e jovens precisam ter isso em mente: que a vida do trabalho pode ser e é dinâmica.

Concluindo com algo essencial: essa escolha, que deve ir se delineando gradativamente e não ocorrer de modo precipitado, precisa ser do jovem. Não dos pais.

“Trabalho é amor tornado visível.” (Khalil Gibran)

Texto de Regina Gabrig, Psicóloga Escolar do Ensino Fundamental - Anos Iniciais

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