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Geração digital: como as famílias podem se preparar para essa demanda?

O mundo vem sofrendo transformações tecnológicas, voltadas às ferramentas e relações da geração digital. Não só os adolescentes, mas as crianças estão usando os celulares e se expondo às telas cada vez mais cedo. Para os pais, restam os desafios de criar rotinas saudáveis aos filhos, sem que o uso da tecnologia se torne prejudicial.

Nem sempre a facilidade para manipular os dispositivos eletrônicos representa o uso consciente dessas tecnologias. É importante ter atenção a esse risco, pois muitos pais se orgulham pela velocidade com que os filhos usam os smartphones, tablets e tantos outros dispositivos, e acabam se esquecendo dos males provocados pelo uso excessivo.

Com o intuito de esclarecer detalhes sobre o assunto, explicaremos a seguir como as famílias podem se preparar para a geração digital. Acompanhe!

Principais características da geração digital

Talvez você já tenha ouvido falar sobre as gerações X, Y, Z e tantas outras. Um dos critérios mais importante para defini-las é o uso que elas fazem da tecnologia. Portanto, podemos dizer que a primeira “geração digital” é aquela que se encontra 100% integrada ao mundo conectado. Para essas crianças, costuma-se usar a denominação “geração alfa”.

São crianças nascidas a partir de 2010, em um mundo conectado a celulares e outros dispositivos. Para elas, a tecnologia é simplesmente uma extensão da sua forma de conhecer e experimentar o mundo. Em suma, podemos definir quatro características principais dessa geração, veja a seguir.

Fácil adaptação ao mundo tecnológico

A geração alfa se sente mais confortável falando com um assistente virtual do que muitos adultos. A tecnologia é uma parte essencial do dia a dia dessas crianças e jovens. Mais do que o conhecimento de como usar ferramentas específicas, eles têm uma identidade permanente na internet, onde estão consumindo e produzindo conteúdo ao mesmo tempo.

Para essa geração, a vida na internet é uma passagem só de ida: não há como voltar atrás. Eles percebem isso e fazem o possível para sempre atualizar seus conhecimentos, habilidades e atitudes em relação à vida. Por isso, é comum que os membros da geração digital estejam a par das novidades do mundo digital, antes mesmos dos pais.

Lares cada vez menores

Outra característica da geração imersa no mundo digital são as unidades familiares cada vez menores, com lares com somente um ou, no máximo, dois filhos. O número pequeno de integrantes na família pode significar, no caso das crianças e dos jovens, mais tempo interagindo no mundo digital.

Devido a uma rotina corrida, muitos pais enfrentam dificuldades para dedicar um tempo exclusivo aos filhos. Contudo, quando isso é bem gerenciado e eles conseguem manter diálogos e momentos de lazer com os pequenos, a tendência é que a geração digital se mostre disposta a interagir, questionar e ter relações de troca sempre.

Exposição frequente a fortes estímulos

Muitos gostam de dizer que a geração digital é a mais inteligente. Essa percepção vem, em grande parte, do fato das crianças e dos jovens estarem inseridos em um ambiente com estímulos frequentes. A exposição a estímulos sonoros, visuais e interativos é bombardeada por meio das múltiplas telas e da conexão em 100% do tempo.

Multitarefa

Outra característica particular de crianças e jovens da geração digital é o uso simultâneo (ou quase simultâneo) de uma variedade de mídias.

Podemos pensar em um jovem em seu quarto pulando entre várias janelas abertas no computador (jogos, YouTube etc.), ocasionalmente enviando mensagens de texto e falando em seu telefone, enquanto faz a lição de casa e tem uma música tocando ao fundo.

Esse uso de múltiplas mídias permite que a criança desenvolva a capacidade de gerenciar e filtrar diferentes canais de comunicação ao mesmo tempo. Para outros, isso apenas reflete uma incapacidade de se concentrar em uma única coisa. O fato é que, boa ou não, a habilidade de ser multitarefa é uma característica da geração digital.

Os desafios da educação para a geração digital

Os educadores podem se deparar com dilemas específicos na experiência de aprendizado de crianças e jovens que fazem parte da geração digital. Vamos falar mais sobre esses desafios a seguir.

Novas formas de ensinar

As crianças da geração alpha são criadas por pais que já são nativos digitais e que mal se lembram de um tempo antes da internet ser popular. Para essas famílias, a pergunta “por que devemos ir a uma aula física em vez de obter todo o nosso conhecimento de aulas online ou apenas do YouTube” é uma pergunta legítima.

Não à toa, a educação híbrida, que combina atendimento presencial e remoto para uma maior flexibilidade do ensino, vem se tornando uma solução cada vez mais atraente.

Personalização do aprendizado

Tanto as crianças da geração digital quanto seus pais esperam que o conteúdo da aula seja altamente personalizado e ajustado ao ritmo de cada aluno. Isso cria o desafio de manter toda uma turma no mesmo ritmo de aprendizado e realizar atividades em grupo.

Engajamento nas aulas

Os alunos mais jovens ficam entediados e distraídos com facilidade ao usar ferramentas de ensino tradicionais. Eles esperam estímulos mais intensos na experiência de aprendizado escolar. Os métodos que funcionam na geração X e millennials não mantêm o mesmo envolvimento com a geração alfa, pois sua atenção tende a ser mais curta.

Devido à afinidade com os videogames, os métodos de gamificação funcionam muito bem com as gerações mais novas.

Dicas para orientar crianças e jovens quanto à tecnologia

Superconectados, abertos ao diálogo e versáteis são algumas características que resumem bem a geração digital. Contudo, o uso rotineiro das tecnologias também traz alguns riscos de saúde para as crianças os jovens.

má postura prolongada em frente às telas e o isolamento gerado são exemplos que podem afetar bastante o bem-estar da geração digital. Diante desses problemas, resta saber como os pais podem orientar seus filhos de uma maneira saudável, mostrando os benefícios de manter uma vida equilibrada entre o mundo online e offline. A seguir, confira algumas dicas!

Dê o exemplo

Embora muitos pais queiram que seus filhos brinquem mais ao ar livre e saiam um pouco de frente das telas, eles mesmos ocupam boa parte do dia no celular. As crianças se moldam a partir das experiências que vivenciam. Então, a primeira dica é dar o exemplo para mostrar a possibilidade de ter uma rotina equilibrada.

Transmita ações de segurança digital

Não precisa ser um especialista para repassar algumas dicas de segurança digital aos mais jovens. São ações simples, mas que podem passar despercebidas e, consequentemente, aumentar a vulnerabilidade de dados pessoais armazenados em dispositivos com acesso à internet.

Por exemplo, informe a importância de desabilitar a geolocalização de todos os aparelhos para evitar rastreamentos indevidos. Além disso, oriente as crianças a não compartilharem dados pessoais com qualquer usuário, como e-mail, endereço residencial e número de telefone. Também instrua seus filhos a comunicarem qualquer caso de bullying ou atos inadequados por meio das redes.

Estimule brincadeiras ao ar livre

As crianças sempre vão adorar as oportunidades de interagir uma com as outras. Portanto, também cabe aos pais estimularem brincadeiras em espaços ao ar livre, como parques, campinhos, pistas de skate, entre outros.

Benefícios da tecnologia na educação da geração digital

Agora, vejamos como a tecnologia pode resolver muitos dos dilemas enfrentados pela geração digital no que diz respeito à experiência escolar.

Criação de um ambiente mais atrativo

A tecnologia pode ser uma distração quando usada de forma excessiva, mas, quando é trabalhada para fins educacionais, a escola consegue usá-la para incentivar a participação ativa dos alunos na sala de aula.

Os mecanismos de buscas, ferramentas de apresentação e gamificação podem ajudar a transformar assuntos tradicionalmente chatos em atividades interativas e divertidas.

Adaptação a diferentes ritmos de aprendizado

Pode ser um desafio ajustar o plano de ensino para atender a todos os alunos. Felizmente, a tecnologia é uma grande aliada.

Nas metodologias da educação híbrida, por exemplo, o aluno dedica uma parte da jornada de aprendizado explorando ferramentas digitais e os mecanismos de busca. A outra parte consiste nas discussões e atividades em sala de aula.

Medidas que a escola pode tomar para ajudar as famílias

O mundo digital atravessa fronteiras e apresenta grande impacto nas práticas educacionais escolares. Muitas vezes vistas como vilãs, as tecnologias podem se transformar em verdadeiras aliadas dos alunos.

A partir de orientações corretas, as crianças e os jovens podem ter uma relação mais saudável com a tecnologia de maneira geral. As medidas de segurança digital repassadas em casa, por exemplo, são fortalecidas na escola, a partir de atividades e dinâmicas que demonstrem a necessidade de colocá-las em prática no dia a dia.

O incentivo à leitura também enfrenta um desafio. Com as crianças ainda mais imersas no mundo digital, a aquisição de habilidades cognitivas exigidas na leitura, como concentração, torna-se um desafio. Diante disso, os professores e coordenadores constroem novas estratégias de ensino para incentivar o hábito de ler entre os mais jovens.

A geração digital é apenas a primeira a se integrar totalmente ao mundo online e às suas novidades. A sofisticação dos games, das redes socais e dos mecanismos de busca é feito para atrair cada vez mais a atenção dos usuários, o que demanda maior responsabilidade e cuidado das famílias e escolas em relação aos riscos desse novo contexto.

Gostou do conteúdo? Aproveite para conferir 5 exemplos práticos de como a tecnologia pode ser usada na escola!

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