Ninguém está imune ao erro, afinal, cometê-lo faz parte da vida e do que significa ser humano. As falhas virão eventualmente, portanto os pequenos precisam aprender desde cedo como equilibrar suas emoções e lidar com a autocobrança, em especial com o medo de errar.Essa questão de criança com medo tem uma forte influência sobre a vida adulta. Por isso, para garantir que as crianças se desenvolvam de maneira saudável, é fundamental mostrar a elas que, apesar de tudo, as falhas trazem oportunidades e possibilidades — tanto de aprendizado quanto de amadurecimento.Se o assunto desperta o seu interesse, continue a leitura deste post. A seguir, vamos mostrar como identificar sintomas no seu filho e saber se o que ele sente está dentro dos parâmetros normais ou se é hora de buscar ajuda de um especialista. É possível ajudá-lo a superar o medo de errar e se tornar um adulto mais confiante no futuro. Então, confira agora mesmo como fazer isso!
Entenda a causa do medo
É bastante comum que crianças mais novas sintam medo por vários motivos, como de fantasmas, de palhaços, de barulhos muito altos ou até mesmo de cachorros ou insetos. À medida que crescem, podem desenvolver sentimentos mais abstratos: medo de perder os pais, de ficar ou de dormir sozinho e por aí vai.O primeiro passo é identificar a causa desse medo. Por isso, procure conversar com o seu filho sem nenhum tipo de repreensão, para entender de onde vem esse sentimento. Minimizar ou ridicularizar as emoções que tomam conta da criança também é uma atitude a ser evitada. Afinal, o medo é real para quem o sente.
Não subestime o medo
Ainda sobre a orientação de não julgar a causa do medo dos pequenos, nem pense em subestimar o sentimento, achando que "vai passar com o tempo". Se o seu filho tem medo de aranhas, por exemplo, não é expondo-o à presença do aracnídeo que ele vai vencer o medo.Pelo contrário, também não devemos supervalorizar esse tipo de emoção negativa. Trate a situação com normalidade, fortalecendo vínculos e tentando demonstrar, racionalmente, que o medo é importante e nos protege, mas não deve se tornar predominante.
Acompanhe sem cobranças
A cobrança em excesso nunca é legal, sobretudo para as crianças. Em muitos casos, esse exagero expõe os pequenos a uma carga emocional intensa, gerando estresse, mal-estar e, claro, o medo de errar. O resultado disso? Possivelmente uma vida adulta baseada na autocobrança e na necessidade de atingir padrões irreais. Ruim, não é mesmo?Por isso, o ideal é trocar a cobrança pelo acompanhamento. Decerto, é preciso mostrar aos pequenos a necessidade de encarar as suas responsabilidades com seriedade e de cumprir os seus compromissos, mas é necessário demonstrar paciência, amor e acolhimento. Então, acompanhe em vez de cobrar e acolha em vez de criticar. Essa prática fará toda a diferença para o futuro de seu filho!
Demonstre tranquilidade
Essa é a palavra-chave quando precisamos lidar com o medo sentido pelas crianças. Elas precisam confiar que estarão seguras e que podem errar, e que não sofrerão penalidades ou serão excluídas do núcleo familiar por causa disso. Acredite, algumas podem desenvolver esse temor.Mantenha-se tranquilo e pondere sobre o que é fundamentado e o que é irreal em relação ao medo que seu filho está sentindo — lembrando que, para ele, o medo é real, assim como suas causas.Ganhe a confiança do pequeno, e ele se sentirá seguro em compartilhar seus medos com você. Caso contrário, o receio dele passará a ser outro.
Naturalize o erro
As crianças precisam compreender que errar faz parte da vida. Ninguém está imune aos erros, como falamos. Eventualmente, eles vão acontecer, mesmo com pais e responsáveis tentando a todo custo superproteger seus filhos. As falhas, na verdade, fazem parte do processo de aprendizagem e são fundamentais para o processo de desenvolvimento do ser humano, sobretudo na infância.Assim, é preciso estimulá-las a apreciar essa jornada de aprendizado, de tentativas e acertos — seja em casa, seja na escola, seja enquanto praticam esportes etc. E quando as cobranças chegarem, mostre ao pequeno que elas podem funcionar como um estímulo para dar o melhor de si sempre.Além disso, muitas vezes, os acertos chegam com planejamento, esforço e após superarmos algumas dificuldades. Explique ao seu filho que as falhas representam uma oportunidade de aprendizagem, são parte importante da nossa jornada e que não há motivo para ter medo de errar.
Evite a superproteção
A superproteção não ajudará o seu filho a superar o medo de errar. Em vez de evitar o sofrimento, essa atitude acaba por frustrar ainda mais a criança. É compreensível e natural que pais e mães queiram poupar os seus filhos de tudo, mas, ao privar o pequeno da chance de errar e acertar sozinho, de ser curioso e se defender, mostramos a ele que ele não é capaz.Portanto, é importante ensinar as crianças a serem autoconfiantes e autônomas todos os dias. Precisamos explicar que as falhas acontecerão, mas que é possível superá-las e encontrar soluções sem a intervenção de um adulto.
Valorize o esforço usado pela criança
A valorização do esforço é primordial para a construção da autoconfiança das crianças. Cada ação e descoberta importa e deve ser reconhecida, sobretudo quando os erros ocorrem. Por exemplo, se o pequeno foi reprovado em uma disciplina, mas estudou bastante e se esforçou, é preciso valorizar esse empenho e incentivá-lo a continuar tentando.Existe um lado positivo em toda situação. Mesmo que não possamos mudar algo, sempre há o amanhã e a possibilidade de aprendermos, de nos reinventarmos e nos percebermos de maneira diferente. É isso que o seu filho precisa compreender. Afinal, os erros podem ocorrer, mas é preciso arriscar e se esforçar para conseguir alcançar os objetivos almejados.
Evite comparações
O medo de errar também surge quando comparamos demasiadamente as crianças. Seja entre familiares, seja entre amigos, as comparações acarretam inseguranças e um comportamento de autocobrança nocivo que pode se sustentar até a vida adulta. Na verdade, ser diferente é normal — e não faz sentindo comparar pessoas, pois cada indivíduo é único e tem potencialidades diferentes.A fim de que o pequeno compreenda melhor as diferenças ao redor, vale a pena estimulá-lo a realizar atividades em grupo também fora da escola. Você pode preparar uma tarde de atividades e deixar que ele receba alguns amigos em casa ou, ainda, matriculá-lo em aulas de teatro, natação ou ginástica artística. Essas atividades são excelentes para aumentar a socialização.
Ensine pelo exemplo
Os pequenos enxergam os pais como modelos a serem seguidos, principalmente na infância. Por esse motivo, é primordial lembrarmos sempre que as vivências da criança são momentos de pura aprendizagem. Buscando adultos como referência, ela observa e aprende e, a partir disso, descobre maneiras de se expressar e se comunicar.Se você demonstra irritação e descontrole ao lidar com situações banais, por exemplo, mostrará a seu filho que o mundo é um lugar difícil e frustrante e que a vida nunca corresponde às suas expectativas. A partir daí, há probabilidades de ele reproduzir o seu comportamento, tendo reações negativas diante de vários casos semelhantes. Já pensou nisso?
Conte com a ajuda de livros
Uma criança com medo pode se inspirar em histórias de personagens que têm sensações parecidas com as dela: é um tipo de identificação positiva. Assim sendo, por meio da fantasia, seu filho pode colher bons elementos para aplicar na própria realidade.Entre algumas sugestões de livros de literatura infantil que podem ajudar a criança a superar seus medos, destacamos:
- Chapeuzinho Amarelo, de Chico Buarque;
- Debaixo da cama, de Paul Bright e Ben Cort;
- Quem tem medo de quê?, de Ruth Rocha;
- O menino que tinha medo de errar, de Andrea Viviana Taubman.
Sempre que possível, sugira a leitura de uma história para o seu filho, e também proponha que ele escreva (caso já tenha sido alfabetizado) ou desenhe como uma forma de externar as próprias emoções.Muitas vezes, pais, mães ou responsáveis erram por quererem acertar ou por não saberem lidar com uma determinada situação. A verdade é que não há um manual que nos mostre como é possível ensinar pelo exemplo sem cometer erros, mas, se recordamos de nossas vivências e da importância delas para aprendermos a encarar o mundo, talvez possamos ser melhores para os pequenos.Em algumas situações, entretanto, é mais adequado contar com a ajuda de um profissional. Se você notar que o sentimento é constante, que demora a passar ou que tem afetado o desenvolvimento social do pequeno, pode ser a hora de contar com o apoio de um psicólogo.Este foi o nosso post sobre criança com medo e como ajudar o seu filho a superar o medo de errar. Lembre-se de que a infância requer uma alta atenção e colaboração dos pais, de modo que as crianças possam construir a autoestima e a autonomia logo cedo. Acompanhá-las nessa fase, sempre com muita paciência e amor, vai ajudá-las a se tornarem adultos resilientes, saudáveis e realizados.Gostou do conteúdo? Passou ou está passando por alguma situação em que a criança sente medo de errar? Então, compartilhe sua experiência aqui nos comentários e mostre a outras famílias que é possível ajudar as crianças a superar o medo!